Como investir no Tesouro Direto? Guia completo

atualizado 27 de setembro de 2021
Tempo de leitura9 minutos
Eduardo S.
Eduardo S.
Redator

Nos últimos anos, o interesse dos brasileiros pelo mercado financeiro e a procura por investimentos vêm aumentando. Uma das modalidades que mais atraiu a atenção foi o Tesouro Direto.

Além da rentabilidade, maior que a poupança, outro fator que tem chamado atenção dos investidores é a sua segurança. Por isso, o Tesouro Direto tem sido muito utilizado por quem busca dar os primeiros passos no mundo dos investimentos.

Porém, quem acredita que o Tesouro Direto só está presente na carteira de investidores iniciantes ou mais conservadores está muito enganado. Aliás, essa modalidade pode ser uma boa estratégia de diversificação e proteção dos seus investimentos.

Por isso, entender como funciona o Tesouro Direto é muito importante para todo tipo de investidor. Dessa forma, preparamos este guia de como investir no Tesouro Direto para te ajudar nesse tipo de aplicação.

Aprenda como investir no Tesouro Direto

Antes de começar a investir no Tesouro Direto, invista em seu conhecimento para evitar erros e prejuízos. Assim como qualquer investimento, é fundamental estudar um pouco antes de começar a aplicar os seus recursos.

O que é Tesouro Direto?

Criado em 2002 pelo Tesouro Nacional junto com a Bolsa de Valores e a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia). O Tesouro Direto é um programa que permite que pessoas físicas comprem títulos do governo federal pela internet.

O Tesouro Nacional é o órgão responsável pela gestão da dívida pública. Dessa forma, pode-se dizer que ao investir no Tesouro Direto, o investidor está emprestando dinheiro ao governo.

Títulos do Tesouro Direto são investimentos de Renda Fixa, onde o retorno é previsto no momento do investimento. E essa modalidade ganhou popularidade por ser possível fazer investimentos com valores muito baixos e oferecer liquidez diária para todos os títulos.

O Tesouro Direto está disponível para investidores através de corretoras de valores, instituições financeiras e até através de vários bancos. Existem diversas opções de títulos públicos à venda, para os mais diferentes perfis de investidores.

Tipos de Títulos do Tesouro Direto

Assim como qualquer outro investimento, escolher o melhor título público é preciso definir o prazo que você deseja deixar o dinheiro investido e o risco que está disposto a correr. Há três grupos de títulos públicos à venda no Tesouro Direto: prefixados, pós-fixados e híbridos.

Nos títulos prefixados, é possível saber exatamente quanto você irá receber de retorno no momento da compra, mas, desde que faça o resgate somente no vencimento do título.

Os títulos pós-fixados permitem conhecer os critérios de remuneração. Porém, só é possível ver o valor total no momento que fizer o resgate do investimento. Esses papéis variam por ser atrelado a um indexador.

Por último, existem os títulos híbridos que possuem parte da remuneração definida no momento da aplicação e o é atrelado a variação da inflação.

Tesouro Direto Selic

Esse título é um pós-fixado que acompanha a variação da taxa básica de juros da economia, a Taxa Selic, essa é definida pelo Banco Central a cada 45 dias. O Tesouro Selic não costuma oscilar muito ao longo do tempo e possui liquidez diária.

É o título mais utilizado como reserva de emergência, porque caso você precise vender o papel antes do vencimento você não perderá dinheiro. O valor pago será o retorno até aquela data.

Este título possui uma rentabilidade sempre positiva, dependendo do prazo que seu dinheiro permanece investido, podendo ser maior ou menor.

Tesouro Prefixado (LTN)

O Tesouro Prefixado ou LTN (Letra do Tesouro Nacional, informa o retorno do investimento no dia da aplicação. Por isso, é possível saber exatamente quanto você receberá se mantiver o título até a data do vencimento.

Entretanto, caso você decida resgatar o título antes do prazo, você pode ter prejuízo sacando um valor menor do que o investido, ou ganhar mais do que o esperado. Pois o valor do título oscila ao longo do tempo, seguindo as expectativas para os juros.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais

Antigamente chamada de Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F), o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais também tem a sua rentabilidade definida no momento do investimento, sem variação ao longo do tempo.

A única diferença desse título é que o investidor possui a opção de receber os juros semestralmente.

Tesouro IPCA

O Tesouro IPCA, antigamente chamado de NTN-B (Nota do Tesouro Nacional Série B), é composto por parte de rentabilidade fixa e parte de renda variável, baseada no IPCA, o índice oficial da inflação.

Ou seja, o seu retorno sempre será superior a inflação, Porém, o valor não é totalmente conhecido na hora do investimento, mas é possível prever o retorno.

Tesouro IPCA com Juros Semestrais

O Tesouro IPCA com Juros Semestrais também possui uma liquidez composta por taxa prefixada mais o índice de inflação, o IPCA. A única diferença é que o investidor tem a opção de receber os juros semestralmente.

Ilustração de uma mão derrubando moedas em um notebook com um gráfico crescente na tela

Como funciona o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto funciona como um empréstimo que você faz ao governo. Ao investir no Tesouro, o governo te oferece um título de crédito com um prazo de vencimento definido. É possível escolher diferentes indexadores, prazos de vencimento e fluxos de remuneração.

Dentro desse prazo, o governo irá te devolver o dinheiro, acrescido dos juros oferecidos na hora do investimento.

Além de conhecer cada opção de título do Tesouro Direto, é importante entender os termos que envolvem essa operação no mercado financeiro, como liquidez, assim como todos os custos que envolvem esse tipo de investimento.

Taxas e valor mínimo

Ao investir no Tesouro Direto, você está financiando a dívida pública federal, ou seja, comprando um título (papel) que garante o pagamento daquele empréstimo em um prazo e remuneração definida.

A quantidade mínima para se investir é a fração de 0.01 de cada título emitido pelo governo, ou seja, 1% do valor do título. Entretanto, foi definido que o mínimo de investimento aceito é R$30. Isso torna essa modalidade bem acessível para investidores iniciantes.

Rentabilidade do Tesouro Direto

Ao resgatar os títulos prefixados e híbridos antes do prazo, pode gerar prejuízo. Isso acontece por causa de vários fatores que influenciam nesta oscilação. O principal é o preço dos contratos de juros futuros negociados na B3.

De forma resumida, se os investidores acreditam que a Selic em dois anos subirá a 8%, um título do Tesouro já negociado que prevê juro fixo de 6% também em dois anos fica menos interessante e perde o valor.

Com o retorno menor que o previsto na Selic, caso você precise vender e resgatar o seu dinheiro antes do prazo, terá que aceitar um valor menor. Agora, em caso de uma futura queda dos juros, o preço dos títulos pode subir.

Como o Tesouro Selic acompanha diariamente a variação dos juros e não passa por esta marcação no mercado. Nesse caso, os juros subindo o Tesouro Selic paga uma remuneração maior, caso os juros caiam, será menor.

Liquidez

Liquidez é o termo relacionado a velocidade e facilidade com que você pode resgatar a aplicação feita em um título. Todos os títulos vendidos pelo Tesouro Direto, é possível resgatar quando quiser, mas dependendo das suas características, podem ocorrer perdas.

O Tesouro Selic é uma exceção, devido ao fato de que ele acompanha diariamente a variação do juro básico da economia e não impõe perdas caso seja resgatado antes do prazo.

Custos

O Tesouro Direto tem um valor de custódia pago pelo serviço da B3 que possui a guarda dos títulos públicos e também disponibiliza as movimentações de saldos ao investidor. Essa taxa, cobrada semestralmente, equivale a 0.25% ao ano sobre o valor investido.

Porém, a taxa de custódia não é cobrada de quem possui aplicações até R$10mil no Tesouro Selic. Ao superar esse limite, a taxa será cobrada apenas do valor excedente.

A taxa de administração pode pagar a instituição financeira contratada pelo investidor para a aplicação. Muitas corretoras e bancos isentam o investidor dessa cobrança, oferecendo taxa zero.

As instituições credenciadas para operar no Tesouro Direto, junto das taxas administrativas cobradas são informados no site do Tesouro Nacional.

Tributação

O imposto cobrado sobre os investimentos em títulos públicos é regressivo, ou seja, quanto mais tempo você deixar o dinheiro aplicado, menos pagará de Imposto de Renda. Mas não se preocupe em pagar o IR, ele é retido diretamente na fonte.

A porcentagem que incide sobre os títulos públicos é de 22.5% sobre o lucro obtido em investimentos de até 180 dias. Para aplicações de 181 a 360 essa porcentagem cai para 20%.

E para aplicações de 361 a 720 dias, ele recua para 17,5% sobre o lucro do investimento. E a partir de 720 dias, o IR é de 15%.

Agora no caso de resgates em aplicações de curtíssimo prazo, abaixo de 30 dias, é cobrado também o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ele é cobrado sobre os rendimentos do período, mas apenas nos primeiros trinta dias.

Vale a pena investir no Tesouro Direto?

Um dos investimentos mais procurados por quem deseja começar a investir ou busca uma alternativa mais segura e com retornos melhores que a poupança. O Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado.

Além disso, existem outras vantagens que contribuem para a popularidade e alta procura do Tesouro Direto:

  • É possível investir com pouco dinheiro: Existem títulos públicos por menos de R$100,00;
  • Boa rentabilidade: Rende mais que o dobro da poupança;
  • É possível receber juros semestrais: Alguns títulos oferecem a possibilidade de receber juros semestralmente;
  • Proteção contra inflação: Tesouro IPCA sempre rende acima da inflação;
  • Aplicação programada: As aplicações podem ser programadas periodicamente ou para uma data específica;
  • Títulos podem valorizar: Além da rentabilidade oferecida, existe a chance do valor do seu titulo aumentar, com isso você pode vender por um preço maior do que comprou;
  • Resgate quando quiser: Caso surja alguma emergência e você precise sacar esse dinheiro, é possível resgatar o título e receber o dinheiro de volta.

Como investir no Tesouro Direto

Descubra como começar a investir no Tesouro Direto em apenas alguns passos.

1. Abra uma conta em uma corretora de valores

O primeiro passo é buscar uma boa corretora de valores ou banho que já tenha conta, busque preferencialmente uma que te oferece taxa zero de custódia para o Tesouro Direto.

Informe a sua corretora que deseja investir no Tesouro Direto e peça para que faça seu cadastro junto ao Tesouro Nacional.

2. Complete o cadastro no Tesouro Nacional

Após abrir a conta na corretora e solicitar o seu cadastro junto ao Tesouro Nacional, você receberá um e-mail com uma senha provisória para acessar a plataforma do Tesouro Direto.

Após isso, troque a senha por uma nova.

3. Defina seu perfil e seus objetivos

Mesmo sendo um tipo de investimento com riscos menores, ainda existem alguns. Trace os seus objetivos e escolha o melhor título que atende os seus planos, sendo de longo, médio ou curto prazo.

4. Comece a investir

Depois de escolher o título que deseja comprar, defina o valor que quer investir e transfira esse valor para a sua instituição financeira. Após isso, entre na plataforma da sua corretora e compre os títulos de acordo com os seus objetivos.

Aprendeu como investir no Tesouro Direto?

Esperamos que este artigo tenha te ajudado a entender melhor como funcionam os títulos do Tesouro Direto.

Comprar títulos públicos é uma das maneiras mais fáceis de começar a investir e criar uma carteira de investimento ou uma reserva de emergência.

É importante sempre estar diversificando a sua carteira de investimento, por isso, não deixe de conferir nosso artigo sobre como investir em ações e diversifique os seus investimentos.

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