Você sabia que o alfabeto kanji veio da China?

atualizado 4 de novembro de 2022
Tempo de leitura4 minutos
Matheus Oliveira
Matheus Oliveira
Redator na LB Digital Midia

Assim como a cultura, a linguagem oriental também se difere da ocidental. No Japão, o sistema de escrita é dividido em três partes: o alfabeto kanji, o hiragana e o katakana. No cotidiano, todos  eles se complementam. Aprender e ter proficiência nessa língua requer dedicação e muitas aulas de japonês

Ao contrário da linguagem oriental, são usados símbolos para se comunicar de forma escrita - os ideogramas. Eles não representam letras do alfabeto, mas sim fonemas, símbolos ou ideias que, juntos, formam uma palavra ou frase. 

Ernest Fenollosa considera os ideogramas uma arte por si só. Como se a palavra, a frase, estivesse sendo pintada em movimento. Uma poesia desenhada. Aprofundar nessa língua é entender um pouco sobre a conexão invisível que existe entre cada um desses símbolos. 

Veja abaixo um pouco sobre cada parte deste rico sistema de escrita.

De onde veio o alfabeto Kanji?

O alfabeto Kanji chegou ao Japão no século IV. Não é atoa que kanji significa "caracteres da dinastia Han". Não há um consenso, mas a teoria mais aceita é que os monges budistas levaram este alfabeto ao Japão. Na época, os textos eram lidos em chinês mesmo.

Naquele tempo, a língua japonesa não possuía um sistema de escrita. Então, com o passar dos anos, foi desenvolvido um sistema chamado kanbun. Em essência, era a inserção de sinais gramaticais japoneses aos textos chineses, o que ajudava os falantes de japonês a compreender o que estavam lendo. 

Foi o Kanji que deu origem aos demais sistemas de escrita japoneses. Abaixo, você vai saber um pouco mais desses alfabetos que têm origem chinesa.

O alfabeto Kanji

Começando pelo mais famoso aqui no ocidente, o alfabeto Kanji é um conjunto de ideogramas, símbolos que representam um ou mais conceito ou ideia. Ele é o sistema de escrita japonês mais popular por aqui e é formado por, mais ou menos, 40 a 50 mil kanji

Mas, sem desespero. Nem o estudante japonês é obrigado a aprender todos eles. Nas escolas japonesas, conforme definido pelo Ministério da Educação do Japão, são ensinados cerca de 2 mil.

O kanji é classificado em quatro grupos: 

  • Shokemoji (mais antigo): representa figuras, como água, sol, mar
  • Shijimoji: representa ideias abstratas por meio de uma combinação pontos e linhas, como números e direções
  • Kaiimoji: é o resultado de ideias de dois ou mais ideogramas. Por exemplo, a junção de dois ideogramas árvore (木) resultam no ideograma bosque (林)
  • Kesemoji: é a combinação de significado e pronúncia e representa a maioria do kanji. 

O kanji é usado para representar substantivos, radicais de adjetivos e verbos, por exemplo. 

O alfabeto Hiragana

Depois do Kanji chegar ao Japão, no século X, surgiu um sistema de escrita curvilínea chamado  Man’yogana. Acessível para mulheres, que à época eram privadas da educação superior, esse sistema se tornou o atualmente conhecido como hiragana. 

O Hiragana é formado por 46 letras que representam todos os fonemas japoneses, mas um total de 71, se levar em conta os sinais diacríticos, que são caracteres com acentos que mudam a fonética do símbolo. 

Ele é uma variação dos ideogramas chineses. De forma simplificada e cursiva, é usado para palavras para as quais não exista kanji, por exemplo. 

Saber o hiragana de cor é indispensável para aprender japonês. Teoricamente, você consegue escrever tudo em japonês por meio do hiragana, mas dificilmente você vai encontrar um texto que não contenha também kanji e katakana

O alfabeto Katakana

O Katakana surgiu paralelamente ao hiragana, de uma simplificação do man'yogana, feita por estudantes de monastério. Assim como o hiragana, também é um fonograma (representa sons e fonemas japoneses). Por terem uma origem parecida, o katakana é bastante parecido com o hiragana. 

Esse sistema de escrita também é formado por 46 caracteres que representam sílabas. Ele é muito usado para destacar palavras estrangeiras no texto, assim como fazemos com o itálico no Brasil. Outro uso do katakana é em nomes de países, de produtos e onomatopéias. 

Já deu para perceber que é necessário saber os três alfabetos, não é mesmo? A língua japonesa é considerada uma das mais difíceis de aprender, mas, como tudo na vida, com estudo e dedicação, com certeza você chegará ao nível de proficiência que deseja.  

Como diria o provérbio japonês, Shoshin wasuru bekarazu (初心忘るべからず): não perca o objetivo inicial, que é aprender esta maravilhosa língua!

Com tudo isso em mente, agora é pegar firme no alfabeto kanji, no hiragana, e no katakana e entrar de cabeça nessa obra de arte chamada língua japonesa.

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